Memórias No Portão
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Sabe aquela memória gostosa, da família no portão de casa, tomando um solzinho no fim da tarde, vendo o dia cair devagar?
Nunca o portão de casa foi tão significativo como agora. O portão é o limite e ao mesmo tempo a abertura ao mundo exterior. É ali que recebemos as encomendas, um alô rapidinho de um amigo, é ali que damos o passo para fora da nossa zona de conforto. Ali verificamos que existe mundo lá fora - e que talvez o melhor mesmo neste momento seja esperar aqui dentro.
"A Sara vem sempre aqui no portão conversar um pouquinho...". Foram apenas duas ou três vezes, para buscar alguma coisa, levar outra, mas para ela ficou marcado. Quatro meses de isolamento e ver alguém familiar no portão já é um afago enorme. Imagino que Olga ao passar por aquele portão nos próximos dias lembre-se também da Sara. E que daqui a alguns anos, ao ver essas fotos do portão, lembre-se do lar da sua infância. Mesmo se ela ainda morar nesta casa, o lar da infância é aquele que só existe depois na nossa memória. Esse lar tem a luz quentinha e o vento fresco do entardecer.
Memórias de portão: nada mais anacrônico, nada mais atual. Nada mais cotidiano, nada mais sincero que a porta da nossa casa.
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